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Goianão ESG encerra edição de 2025 como o primeiro campeonato estadual carbono neutro do Brasil

Por: Ygor Oliveira 17 jul 2025, 14:14

O Campeonato Goiano de 2025 terminou com uma marca inédita no futebol brasileiro: tornou-se o primeiro estadual do país a ser reconhecido como carbono neutro. A iniciativa foi conduzida pela Federação Goiana de Futebol (FGF), que implantou o projeto Goianão ESG com o objetivo de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa associadas à realização do torneio. O trabalho contou com apoio técnico da consultoria Recurso Sustentável e envolvimento direto dos clubes participantes desde a primeira rodada até a grande final.

Iniciamos um projeto inovador e fizemos do estadual de 2025 o primeiro carbono neutro do país. Envolvemos as equipes e começamos um trabalho de conscientização para a agenda ESG. Um passo que antes só havia sido dado pelos clubes com seus institutos, mas nenhuma Federação tinha iniciado esse movimento – afirmou Ronei de Freitas, presidente da FGF.

Foram 11 rodadas na fase de classificação, além das quartas de final, semifinais e final. Ao todo, o Goianão 2025 gerou 636,20 toneladas de dióxido de carbono (CO₂), o que representa uma média de 7,95 toneladas por partida. A participação dos clubes foi essencial para a coleta de dados dos estádios e das operações logísticas em dias de jogo. Apesar de inicialmente previsto, o envolvimento das torcidas não foi possível em 2025, devido à complexidade na obtenção das informações. No entanto, a FGF já planeja ações específicas com os torcedores para 2026.

Durante o Goianão, foram promovidas diversas ações de conscientização ambiental. Faixas foram expostas nos gramados, placas estáticas instaladas nos estádios, kits distribuídos ao público e mensagens sobre o projeto reproduzidas nos alto-falantes das arenas esportivas. A FGF também adotou simbolicamente a nascente do Ribeirão Anicuns, localizada em área degradada. Na Semana do Meio Ambiente, foi realizado um plantio simbólico no local com a presença do presidente Ronei de Freitas, do delegado da Delegacia de Meio Ambiente de Goiás (DEMA), Dr. Luziano Carvalho — padrinho do projeto — além de representantes de clubes e da imprensa.

Foi um passo importante para o início da recuperação desta nascente, que é uma das mais importantes e de maior vazão do Ribeirão Anicuns, consequentemente da Bacia do Rio Meia Ponte, responsável por toda a água que abastece Goiânia. Tenho certeza que a iniciativa da FGF, do Goianão ESG, com torcida única pela proteção da natureza, representa um modelo para o Brasil de como promover a conscientização ambiental com ações concretas através do futebol – declarou Dr. Luziano.

Escopos do Goianão 2025

Goianão

O inventário de emissões seguiu os parâmetros da norma ISO 14064-1 e utilizou a calculadora de carbono conforme o GHG Protocol Corporate Standard (versão v2025.0.1). O levantamento considerou os três escopos de emissão:

  • Escopo 1: emissões diretas, como consumo de combustível em operações e deslocamentos de atletas e equipes;

  • Escopo 2: consumo de energia elétrica durante os jogos;

  • Escopo 3: deslocamento dos torcedores aos estádios e consumo de alimentos e bebidas durante as partidas.

A meta estabelecida para 2025 foi compensar 100% das emissões dos Escopos 1 e 2, além de 50% do Escopo 3. “Para a edição de 2026, queremos aumentar a compensação através das ações de plantio com os clubes, cidades e torcedores, além de manter parte desta compensação ainda com compra dos créditos de carbono. Dessa forma já vamos alcançar a compensação total dos 3 escopos,” explicou Ronei. O presidente da FGF reforçou que a iniciativa é apenas o início de um compromisso permanente.

Este é um caminho sem volta. Em 2026 vamos avançar mais no projeto. Esperamos aumentar a compensação através das ações de plantio com os clubes, cidades e torcedores. E envolver cada vez mais pessoas, trazer cada vez mais conscientização, mais responsabilidade com o coletivo e com o planeta que todos nós habitamos – finalizou.

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